Publicado por: Carlos Borges Bahia
Publicado em 17 de abril de 2024

Havia censura e perseguição aos subversivos, mas também havia menos corrupção e a sensação de segurança. Na época os muros das casas eram baixos, não tinham grades nem cercas elétricas ou câmeras.

No período do governo militar muitos foram perseguidos, presos e torturados, como: Edson Luís, Ismael Silva de Jesus, Nilda Carvalho Cunha, Helenira Resende, Honestino Guimarães, Vladimir Herzog. No entanto, a história tem dois lados, e não se pode ignorar, que há outra relação de pessoas, que foram vítimas dos grupos rebeldes ou subversivos.

Há grupos ideológicos da esquerda, que alegam o fato de haver doutrinação na educação, e afirmam que as disciplinas obrigatórias foram criadas com o objetivo de difundir a ideologia do regime militar. Contudo, essas diciplinas como: Educação Moral e Cívica ou OSPB, tinham como finalidade a formação social e política dos estudantes, e por isso os jovens eram mais politizados.

No entanto, a educação era de melhor qualidade, o aluno estudava e aprendia; e o professor era dedicado e responsável, não faltava, não fazia greve, e, muito menos era doutrinador.

Livro de Admissão, preparatório para ingresso no ensino fundamental I, 6ª série.

O salário era de acordo com a formação técnica ou universitária, quem tinha mais preparo profissional ganhava mais, isso era para todas as categorias, tanto na iniciativa privada como na pública.  Vale lembrar, que a carga tributária era muito menos, e as alíquotas dos impostos eram a metade que hoje se cobram dos contribuintes.

O filho do operário, procurava logo se profissionalizar, fazer um curso técnico para trabalhar e contribuir na renda familiar. Era comum, o jovem trabalhar durante o dia e estudar no período da noite. No entanto, havia injustiça social como ainda há nos dias de hoje, não havia cota preferencial nas universidades, e os melhores cursos eram para quem tinha oportunidade de estudar numa boa escola. Nada mudou!

Segundo o professor de história da educação básica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) João Victor Oliveira, durante a ditadura, as escolas foram alvo de mudanças substanciais. “Isso porque os ditadores vão entender que esse espaço é um lugar não só de uma formação de mão de obra para o mercado de trabalho – uma mão de obra barata.

A gente costuma analisar esses currículos como currículos muito tecnicistas, excludentes, voltados a um capitalismo em ascensão, que os militares vão ser responsáveis por colocar em marcha -, mas também como lugar para difusão de ideologias, sobre o bastião da ideia de ordem e de obediência”, diz o professor que leciona, em Belo Horizonte, na escola estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Contudo, hoje o que ensina a escola, se não a liberdade sem responsabilidade, muitas das ideologias adotadas pelo socialismo, acabam provocando perturbação e confusão na mente dos jovens, e em certos casos até causam conflitos pessoais.

Educação melhorou? Faça você mesmo uma pesquisa, procure numa livraria de sebo o livro de Admissão, que era usado pelos jovens estudantes do ensino fundamental I, ou 5ª serie dos anos 1970.

É fácil de comparar: hoje o estudante de escola pública chega ao ensino fundamental sem saber fazer as quatro operações matemática, não sabe ler ou fazer uma redação simples.

Nos anos 1970 o aluno para entrar no ginasial, o equivalente o ensino fundamental I, deveria saber os verbos em todo o seu tempo, pronomes, adjetivos, predicados e na matemática, além das quatro operações, percentagem, razão e proporção, regra de três, simples e composta e expressão com equação de primeiro grau.

Segundo a professora de História da América da Universidade Federal Fluminense (UFF) Samantha Quadrat – “É uma lenda urbana, não era melhor, porque você não tinha o caráter da educação que é levar aquele estudante a uma reflexão, a uma construção do conhecimento.

 “Viver uma ditadura não é algo bom, não tem nada de positivo numa ditadura, seja ela qual for”, ressalta a professora. Que vantagem há, se libertamos da ditadura militar, e ficamos reféns da ditadura da toga?

Samantha destaca que é importante considerar os movimentos educacionais que precederam a ditadura. Antes do golpe militar de 1964, o Brasil era presidido por João Goulart e a educação passava por um momento de reformulação, com mais espaço para a educação popular. “É uma ditadura que interrompe projetos importantes para a educação do Brasil”, diz Samantha, lembrando que a educação, à época, era voltada para as elites. As camadas populares não concluíam os estudos ou sequer tinham acesso à escola.

Mais tarde, em 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), vigente até hoje, o primeiro e segundo grau se transformam nos atuais ensinos fundamental e médio, porém, mesmo depois de 40 anos, a educação do Brasil se encontra entre as piores do mundo, atras de muitos países da América Latina e da África.

Heranças da ditadura na educação

Para o professor Luciano Mendes (UFMG), a ditadura ajudou a consolidar uma escola desinteressante aos estudantes e que não incentiva a participação. “Ela não é escola gostosa, não é uma escola alegre, porque a gente baniu dessa escola muito aquilo que faria a escola também diferente, as artes, a brincadeira, tudo isso, porque é uma escola cada vez mais militarizada. Ter uma escola em que impera o silêncio, em que a discussão, em que o debate não subsiste, não pode estar presente, essas também são heranças fortes da ditadura, disse Mendes.

No entanto, a ditadura ainda continua forte dentro das escolas e universidades, onde os alunos não podem discordar ou ter opinião contraria aos professores e colegas de viés político socialista ou  comunistas.

O que falar das universidades públicas brasileiras, nas quais os alunos são excluídos, banidos por discordar ou pensar diferendo de um professor doutrinador, com ideologias marxista, fundamentalista ou de gênero? Muitos alunos de universidades públicas são silenciados pelo poder de cátedra, eles se obrigam a ficar calados para não sofrer coação, humilhação ou ser excluídos, por não concordar com as ideias impostas pelos professores em sala de aula. Fonte: Agência Brasil. Fonte: Agência Brasil

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