Publicado por: Carlos Borges Bahia
Publicado em 8 de abril de 2025

A deputada estadual Márcia Huçulak (PSD) nesta segunda-feira (7), Dia Mundial da Saúde, explica a importância das vacinas, e destaca cuidados necessários com a imunização de crianças.

Segundo a deputada o país registra o preocupante retorno de ocorrência de casos, por exemplo, de coqueluche e sarampo devido à diminuição dos níveis de vacinação nos últimos anos. “As vacinas são eficazes, seguras e salvam vidas – milhões de vidas”, disse Márcia.

Negacionismo danoso

De acordo com Márcia, o negacionismo é danoso. “A intenção é desacreditar a ciência e criar condições para interpretações de cunho emocionais e irracionais”, afirmou a deputada, ex-secretária de Saúde de Curitiba. “As vacinas não são nem de esquerda nem direita”, completou, referindo-se ao espectro político que permeia parte do debate sobre os imunizantes.

O nicho de 0 a 6 anos de idade forma hoje o segundo grupo com mais incidência de covid-19 no Paraná. Em outros países a vacina da covid-19 não é obrigatória, fica a critério do médico e da família, a exemplo do Canadá, Alemanha, Irlanda, Grécia, Inglaterra, Costa Rica e Equador, bem como o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Fato é que, durante a pandemia houve questionamento, que foi reprimido pelas autoridades e as informações ficaram desencontradas. Nem mesmo o Conselho Federal de Medicina teve liberdade de discutir o tema, médicos foram impedidos de opinar sobre protocolos clínicos. Isso contribuiu muito para a rejeição de certo tipo de imunizantes com RNA mensageiro.

Defendendo racionalidade do debate, Márcia reforçou que os imunizantes são, necessariamente, resultado de rigorosos testes clínicos, “revisados exaustivamente por comitês independentes, o que garante seguranças às pessoas e eficácia contra a doença”.

A deputada Márcia Huçulak, que foi secretária Municipal da Saúde de Curitiba, durante a pandemia, explica que: há dois tipos de imunizantes contra a Covid, a vacina com vírus atenuados, o mesmo processo das vacinas tradicionais; e a vacina com vírus modificados como por exemplo: o RNA, responsável pela produção de uma proteína (“Spike”), que já vem sendo testado há mais de 15 anos.

Segundo a deputada “ataque feroz” às vacinas persiste até hoje. Cerca de 85% das mortes atuais em decorrência da covid-19 ocorrem entre as pessoas que não se vacinaram ou não completaram o esquema vacinal (com todas as doses indicadas). “Morre quem não se vacinou adequadamente”, disse a deputada.

Vacinação contínua

A rejeição não é associada apenas à vacina da covid, mas, pessoas menos esclarecidas, com medo de ser enganadas, acabam rejeitando as vacinas em geral. “Vale para a influenza [gripe], para o sarampo, para a poliomielite, coqueluche e outras doenças cuja imunização massiva precisa ser feita periodicamente”, afirmou Mácia.

Com a queda dos índices que imunização em anos recentes, doenças como sarampo e coqueluche, por exemplo, até então sob controle, voltaram a registrar casos, colocando em risco a população e trazendo preocupação para gestores de Saúde.

Ela acredita que “Quem joga contra a vacina da covid, mesmo que não perceba, está jogando contra todas as vacinas, já que o discurso se estende de maneira difusa”, disse Márcia.

Crianças

O grupo de 0 a 6 anos soma 18,5% dos casos atuais de covid. O único grupo com maior incidência é o formado por pessoas acima de 80 anos, que já foram vacinados.  Nos últimos dois anos, a covid-19 matou 539 crianças (6 meses a 3 anos) no Brasil, sendo 87 no Paraná.

Quanto maior o número de pessoas vacinadas, melhores serão os resultados no combate à pandemia. E, tal como indicam os diversos estudos sobre a eficácia e a eficiência da vacina, nem todos aqueles que recebem a vacina acabam se tornando imunes à doença, mas quanto maior o número de pessoas imunizadas mais a população fica protegida.

Portanto, tomar ou não uma vacina não é uma decisão que afeta exclusivamente a pessoa com esta decisão, ela pode ser uma vetora, e por isso interfere também na saúde de todos aqueles com quem convive. Por isso, a vacinação não é simplesmente uma questão de opinião, mas de conscientização social e saúde pública. 

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