Publicado por: Carlos Borges Bahia
Publicado em 15 de abril de 2024

O ataque do Irã a Israel representa uma declaração de guerra e poderá provocar escalada dos conflitos no Oriente Médio

Para iranianos, o ato foi considerado importane para que a Guarda Revolucionária da República Islâmica do Irã mantivesse a sua credibilidade junto dos seus aliados na região e seus simpatizantes internos. O seu objetivo era demonstrar a disposição do Irã para o confronto e a capacidade dos seus mísseis e drones.

A Guarda Revolucionária foi criada há 45 anos para defender o sistema Islâmico do país e servir de contrapeso às forças armadas normais. Desde então, ela se tornou uma importante força militar, política e econômica dentro do país e na região.

No entanto, muitos críticos afirmam que o regime não representa necessariamente as opiniões de toda a população iraniana.

“Não somos a República Islâmica, somos o verdadeiro Irã. Os próprios iranianos estão em guerra com o regime atual. Não guardamos rancor de nenhuma nação, incluindo Israel”, disse um homem de 40 anos em mensagem de voz enviada para a BBC Persian.

“O que aconteceu muda a situação do Oriente Médio”, diz o professor do Departamento de Sociologia e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Michel Gherman. “Não é novo que Israel e Irã se ataquem mutuamente nos últimos 40 anos, mas eles fazem isso de maneira a usar intermediários. O que aconteceu ontem é que o Irã ataca diretamente Israel”, acrescenta.

Segundo Gherman, o ataque marca o posicionamento iraniano na região. “Um reposicionamento se colocando frente à frente com Israel, em algum sentido se preparando para uma guerra regional em algum momento”, diz.

“Então o que o Irã mostrou é que ele está no jogo, que ele está disposto a avançar algumas casas, mas em algum sentido ele apostou no ataque médio. Não foi um ataque pequeno, foi longe de ser pequeno, mas não foi um ataque no limite das possibilidades do Irã. O Irã poderia ter lançado 3,5 mil mísseis e lançou 350”, destaca Michel Gherman.

O pesquisador e professor do curso de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Bruno Huberman acrescenta que o bombardeio do Irã respeitou as normas internacionais, porque sabe que vai ter uma resposta a altura de sua ação. O Irã é acusado de apoiar e suprir com armamentos e míssios, os grupos fundamentalistas teroristas. Portanto, esse ataque contra Israel era previsível.

“Essa informação já tinha sido vazada na sexta-feira, nos jornais, que isso poderia acontecer. No sábado, estava todo mundo esperando isso acontecer e, quando aconteceu, demorou horas para de fato acontecer o início do ataque e a realização dele. Então, teve toda uma preparação, que foi revelada.”, avalia.

A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, quando o grupo terrorista Hamas fez um ataque covarde com requinte de crueldade contra Israel. Os terroristas invdiram Israel e mataram mais de 1,4 pessoas inocentes; violentaram, estupraram mulheres e adolentes, degolaram crianças, mataram idosos e ainda sequestraram mais de 200 reféns, que foi usado como escudo.

Fonte: Agência Brasil/Correio Braziliense

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