Publicado por: Carlos Borges Bahia
Publicado em 10 de setembro de 2019
Eros e Psiquê’ (1817), de Jacques-Louis David

Em face a polêmica que se criou na minha conta do Facebook, em torno do termo pornografia que utilizei no texto sobre o livro com referência homo afetiva da Bienal do Rio, confira a matéria da revista Veja sobre o tema.

No campo da indústria cultural, que é aquele em que tais palavras conservam grande relevância no mundo contemporâneo, nunca será pacífica a fronteira entre o erotismo e a pornografia.

O senso comum costuma traçá-la nas cenas de sexo explícito, que esta teria e aquele não, mas o critério é enganoso: se o erótico também pode ser explícito, nem sempre o pornográfico o é.

Como princípio, pode-se dizer que é erótico um filme, livro ou pintura que dê a seu tema um tratamento artístico (a arte aqui cumpre o mesmo papel que o amor cumpria na distinção original), enquanto a pornografia está interessada apenas em excitar o freguês – e em ganhar dinheiro com isso.

Ocorre, claro, que todo tipo de complicação moral e estética entra em cena na hora de separar uma coisa da outra. O que é erótico para um pode ser – e frequentemente é – pornográfico para outro.

No verbete pornography, o dicionário etimológico de Douglas Harper oferece um roteiro sucinto da expansão semântica que levou a pornografia a se tornar o que é hoje: em 1859 o termo já era empregado (de forma crítica) em referência a certos romances franceses da época; no início do século XX, chegou às artes visuais contemporâneas.

No verbete pornography, o dicionário etimológico de Douglas Harper oferece um roteiro sucinto da expansão semântica que levou a pornografia a se tornar o que é hoje: em 1859 o termo já era empregado (de forma crítica) em referência a certos romances franceses da época; no início do século XX, chegou às artes visuais contemporâneas.

Quanto ao erotismo, trata-se de uma palavra que também tem origem grega: erotikós, que fez escala no latim eroticus antes de desembarcar aqui ainda no século XVI, significava “que tem amor, paixão ou desejo intenso”.

Termo derivado de Eros, deus grego do amor (Cupido na mitologia romana), nunca teve a carga negativa das palavras derivadas de porné. Também se referia ao desejo sexual, mas aquele ligado ao amor e não ao comércio. (Matéria VEJA – Por Sérgio Rodrigues – Publicado em 2 dez 2013)

Veja Também