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Renata Bueno, ex-parlamentar italiana, critica decisão do Parlamento: “Um ataque à nossa história e às nossas raízes”
ROMA – Uma nova legislação aprovada ontem (20) pela Câmara dos Deputados da Itália, decreto-lei 36/2025, que modifica as formas de reconhecimento da cidadania italiana, acendeu o alerta entre milhões de ítalo-descendentes em todo o mundo. A norma altera profundamente o tradicional direito à cidadania italiana por descendência (ius sanguinis), restringindo-o apenas até a segunda geração – filhos e netos de italianos.
A medida foi duramente criticada pela ex-deputada Renata Bueno, que representou a comunidade italiana no exterior no Parlamento de Roma. “Essa decisão representa um duro golpe contra milhões de descendentes, especialmente na América Latina. Só no Brasil, somos mais de 30 milhões que mantêm viva a cultura e os valores italianos. É um ataque à nossa história e às nossas raízes”, afirmou Renata em entrevista exclusiva.
Com a nova lei, a cidadania italiana não será mais transmitida automaticamente aos descendentes nascidos fora da Itália. Além da limitação geracional, a regra impõe novas exigências: o cidadão italiano que transmite a cidadania deve ter residido legalmente na Itália por pelo menos dois anos consecutivos antes do nascimento ou adoção do filho ou neto. Também será necessário manifestar formalmente o desejo de transmitir a cidadania em até um ano após o nascimento ou adoção.
Para os nascidos até 27 de março de 2025, o prazo final para essa manifestação será 31 de maio de 2026. Já para os nascidos após essa data, o limite será de um ano após o nascimento ou adoção.
Os processos de cidadania iniciados até as 23h59 do dia 27 de março de 2025 seguem sob as regras anteriores. Já os que não se enquadrarem nas novas exigências terão a opção de solicitar a cidadania por naturalização, desde que fixem residência legal na Itália por pelo menos três anos. Após esse período, poderão requerer o reconhecimento da cidadania ao governo italiano.
Para Renata, esse novo modelo dificulta o acesso à cidadania e desconsidera o papel da diáspora italiana. “Durante períodos difíceis, como guerras e crises, os países da América Latina acolheram os italianos com braços abertos. O mínimo que o Estado italiano deveria fazer é reconhecer essa herança, não criar barreiras para quem deseja manter viva essa conexão”, criticou.
A advogada afirma que já está analisando o texto oficial aprovado. “Há indícios claros de inconstitucionalidade, principalmente no que diz respeito à retroatividade da norma e à discriminação entre cidadãos com dupla nacionalidade. Estamos avaliando os caminhos legais possíveis para contestar essa decisão”, declarou.
Renata Bueno reforça a importância de mobilizar a comunidade ítalo-descendente. “Não podemos nos calar. Somos os verdadeiros embaixadores da Itália no mundo. A nossa história, a nossa identidade e o nosso sangue italiano merecem respeito. Vamos lutar para garantir que nossos direitos e nossa herança não sejam apagados.”
O texto segue agora para sanção do presidente da República, Sergio Mattarella, e confirma oficialmente as mudanças previstas no decreto do governo assinado em 27 de março de 2025.
Crédito: Pâmela Leony
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