Publicado por: Carlos Borges Bahia
Publicado em 4 de janeiro de 2025

As mulheres cada vez mais, ocupam espaço na música sertaneja. Conheça a história de algumas das estrelas como: Ana Castela, Luiza Martins e Mari Fernandez

Famoso pelas letras sobre casos de amor, corações partidos e superações amorosas, o sertanejo é um fenômeno com raízes antigas. Porém, em um universo onde a visão masculina é predominante, uma nova perspectiva vem se destacando nos últimos anos: a feminina. A palavra feminejo já não é mais estranha no cenário musical brasileiro, na verdade, ela vem ganhando cada vez mais destaque e nomes para representar a vertente.

Apesar de a palavra ser recente, a presença feminina no sertanejo não data de hoje. Paula Fernandes, febre do sertanejo no meio dos anos 2000, já emplacava hits antes da nova perspectiva do gênero musical, dominado por homens. Em 1993, a cantora lançou o primeiro álbum, Paula Fernandes, mas foi só em 2009, com Pássaro de fogo, que conseguiu reconhecimento nacional e se tornou um dos grandes sucessos da cena.

Porém, foi somente em 2016 que o termo se popularizou e começou a ser usado com um subgênero do sertanejo. No mesmo ano, o maior fenômeno do sertanejo feminino explodiu no Brasil. Marilia Mendonça lançou o álbum intitulado com o próprio nome da cantora. O álbum foi o primeiro passo para a carreira de sucesso da artista, que se tornou uma das principais revelações da música sertaneja. Não demorou muito para Marília furar a bolha do sertanejo e se tornar uma das maiores cantoras da cena musical brasileira.

Desde o sucesso de Marília Mendonça, diversas artistas continuam a construir o legado e as mudanças iniciadas pela cantora. Mari Fernandez, Ana Castela, Luiza Martins, Simone Mendes, Maiara e Maraísa e Lauana Prado são alguns dos nomes que vêm mudando o sertanejo e construindo uma nova era do gênero. O feminejo explora uma diversidade maior de ritmos e coloca as mulheres em foco na composição e interpretação das músicas que tratam a independência feminina, paixões e traições. 

O Correio conversou com Mari Fernandez, Ana Castela e Luiza Martins sobre os sucessos, as mudanças e perspectivas de futuro no sertanejo feminino.

Diretamente do Ceará

Uma jovem de apenas 23 anos tem deixado grandes marcas no mundo sertanejo e no gênero do piseiro. Mari Fernandez é cearense e a música sempre esteve presente em sua vida. “Com 16 anos, me mudei para Fortaleza atrás do meu sonho, passei a compor todos os dias e a cantar em barzinhos. Foi assim que tudo começou até uma das minhas músicas viralizar nas redes sociais”, conta a cantora.

Apesar de cantar desde criança, seu sonho sempre foi ser compositora, área na qual também se destaca. Para ela, a composição faz parte da sua essência e deflagrou a sua carreira. “No início, meu sonho era vender minhas letras para outros artistas cantarem. Consegui vender algumas até que conheci um dos meus sócios e ele estava procurando uma menina para cantar piseiro. Ele confiou em mim e apostou no projeto Mari Fernandez e aqui estou”, destaca.

A artista conta que surgiu no piseiro, um gênero em alta mas que tinha como grandes sucessos apenas homens. Apesar do seu início no piseiro, Mari Fernandez ressalta que gosta de experimentar diversos estilos e seu amor mesmo é pela música, tendo o privilégio de navegar por onde desejar.

Mari Fernandez foi uma das artistas atuais que cresceu por meio do boom das suas produções nas redes sociais. “Demorei muito a entender o que estava acontecendo. As pessoas falam para mim: você viu que fulano fez um vídeo com sua música? E sicrano que está fazendo a dancinha…. Confesso que a ficha demorou um pouco para cair”, destaca. A cantora acredita que esse processo foi uma forma dos fãs receberem seu trabalho e fazer uma divulgação mais orgânica.

Fonte: Correio Braziliense – Foto: Ana Castela, Mari Fernandez e Luiza Martins são alguns dos nomes do ‘feminejo’ – (crédito: Divulgação)

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