Publicado por: Carlos Borges Bahia
Publicado em 13 de maio de 2025

Kai Höss ficou sabendo quando era aluno do ensino fundamental, que seu avô foi responsável pela morte de mais de 1 milhão de pessoas na Segunda Guerra Mundial

Um alemão contou ao jornal NY Post, em matéria publicada na última segunda-feira (12/5), um segredo de família: disse ao jornalista que não fazia ideia de que o avô havia sido comandante do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, até ter uma aula sobre o assunto, na década de 1970.  

Pai do pai de Kai, Rudolf ordenou pessoalmente aos subordinados que conduzissem prisioneiros do campo de concentração para “chuveiros” que liberavam gás letal. Em 1946, ele foi capturado e confessou ter matado cerca de 2 mil pessoas por hora nessas câmaras. Um ano depois, em 1947, foi executado por autoridades polonesas no mesmo local em que foi responsável pela morte de tantas pessoas, a maioria judias. 

A mãe do então aluno de ensino fundamental contou a ele que só soube dos crimes do sogro depois de cinco anos casada com um dos filhos dele, Hans-Jürgen Höss, que à época descrevia o ocorrido como “águas passadas”. 

Pastor cristão, ele tem por objetivo, atualmente, apoiar comunidades judaicas, promover reconciliação e educar pessoas sobre o período sombrio da história do qual o avô fez parte. Alguns anos atrás, se reencontrou com o pai, que havia se separado da mãe quando ele tinha 20 anos.  

Juntos, Kai e Hans-Jürgen aparecem no documentário da HBO A sombra do comandante, que conta parte dos crimes de Rudolf e os coloca de frente com uma sobrevivente de Auschwitz — “uma das pessoas que sofreu com essa máquina que [meu avô] criou”, segundo o pastor. Lançada em 2024, a produção foi indicada à edição de 2025 do Emmy. 

Em dezembro de 2024, Hans-Jürgen morreu de pneumonia. O filho dele, porém, se mostra grato por eles terem tido a oportunidade de se conectar com a sobrevivente antes que o pai morresse. 

O Museu de Auschwitz, no sul da Polônia, apela para que os visitantes evitem caminhar e posar para fotos sobre os trilhos pelos quais foram transportados os judeus capturados pelos nazistas e levados para os campos de concentração. Na conta do Twitter da instituição, foram publicados o apelo e as fotografias de pessoas nos trilhos.

A postagem diz que: Quando você chegar ao @AuschwitzMuseum, lembre-se de que você está no local onde mais de 1 milhão de pessoas foram mortas. Respeite a memória deles. Há lugares melhores para aprender a andar em um trilho com equilíbrio do que o local que simboliza a deportação de centenas de milhares para a morte;.

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