Publicado por: Carlos Borges Bahia
Publicado em 7 de junho de 2025

Barroso se defende: “Quando eu converso com índio, não tem problema”, diz presidente do STF

Se os magistrados brasileiros não tivessem foro privilegiado, não tivessem imunidade, não tivessem sigilo pessoal, não haveria problema conversar com interessados.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso (foto), voltou a se defender das críticas que tem recebido da imprensa por reunião em jantar com empresários envolvidos em processos que traminam na Corte.

Durante evento do grupo Esfera Brasil, no Guarujá (SP), Barroso afirmou neste sábado, 7, que há uma “visão negativa” sobre a relação entre o STF e o setor empresarial e minimizou as acusações de conflito de interesses.

“Todo mundo tem interesse no Supremo. Quando eu recebo prefeito, tem interesse no Supremo, quando eu recebo deputado, tem interesse no Supremo, quando eu recebo o presidente da República, tem interesse no Supremo. Os indígenas, sindicatos [têm interesse no Supremo]”, disse.

Ele também voltou a criticar a imprensa por reportagens que destacaram sua presença em encontros com empresários e citou um jantar na casa do CEO do iFood, Diego Barreto.

“Quando eu converso com índio, não tem problema”, afirmou. Mas, ele não estava com índio!

O presidente do STF insistiu que essas reuniões não interferem nas decisões judiciais:

“O juiz é um ator institucional, a lógica de um juiz é o certo, justo e legítimo, e não se é empresário ou indígena. Eu já decidi a favor de empresário contra indígena, decidi a favor de indígena contra empresário.”

Fato é que o juiz tem o poder de condenar ou absolver, portanto, dever ser prudente e zeloso, para não deixar margem alguma, que possa macular suas decisões judiciais.

Ele também rebateu críticas sobre o Supremo julgar muitos temas, afirmando que isso se deve ao desenho da Constituição brasileira.

“A Constituição brasileira é muito mais abrangente que a de outros países. Portanto, temas que, na maior parte dos países são políticos, são trazidos para a Constituição. Trazer o tema para a Constituição é, em certa medida, tirá-lo da política e trazê-lo para o direito.”

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